Mastectomia masculinizadora para pacientes trans
O que é a mastectomia?
A mastectomia é a remoção completa do tecido da mama. Essa é uma opção para o tratamento cirúrgico do câncer de mama e a única opção cirúrgica para redução do risco dessa doença. Outra função, muito importante, desse procedimento é ajudar a melhorar a autoestima de vários homens trans que desejam modificar o seu corpo, tornando-se mais masculino.
Como essa intervenção é realizada?
A mastectomia masculinizadora, consiste na retirada das glândulas mamárias, transformando a região em um tórax com características completamente masculinas. Devido ao estigma social dos seios, um homem transgênero jamais se identifica com eles, pois é algo totalmente ligado a caracteres femininos.
Essa remoção é realizada cirurgicamente e as técnicas operatórias podem variar, devendo o médico, junto com o paciente, optar por uma boa intervenção ao realizar esse procedimento. O profissional precisa levar em consideração alguns pontos como:
- Anatomia do paciente;
- Tamanho dos seios;
- Formato das mamas;
- Flacidez;
- Características do tórax.
Pode ser percebido, também, uma quantidade relativa de gordura localizada na região torácica , o que é uma característica comum do corpo feminino. Diante desses casos, o médico pode optar por realizar uma lipoaspiração local, a fim de garantir um melhor resultado.
Principais técnica utilizadas na mastectomia masculinizadora
- Técnica com incisão periareolar (ao redor da aréola);
- Técnica transareolar (com redução do mamilo) – para aqueles com mamilos mais proeminentes;
- Técnica periareolar (circular concêntrica) – para homens trans com a aréola muito grande, comum em corpos femininos;
- Técnica periareolar estendida – garante uma redução da aréola e da mama;
- Técnica com duas incisões separadas (enxerto ou retalho do complexo areolomamilar – CAM – reconstrução da aréola e do mamilo) – para pessoas com mamas muito volumosas.
O que é preciso ser feito antes da cirurgia?
Um paciente transgênero, quando decide passar pela transição de sexo, porque não se identifica mais com o seu sexo de origem, passa por alguns profissionais como psicólogo e médicos que vão atestar essa sua vontade e o que o motivou a isso. Isso se deve ao fato de que essas cirurgias modificam o corpo para sempre, de fato, retirando praticamente todos os caracteres femininos que um dia possuiu.
Homens trans e câncer de mama
Não poderia deixar de finalizar com um assunto tão importante: afinal de contas, homens trans precisam fazer o rastreio para o câncer de mama? Então, a resposta é SIM. Mesmo que o paciente tenha sido submetido a uma mastectomia total, apesar de reduzir os riscos da doença, o procedimento não anula a possibilidade do câncer.
Caso a pessoa tenha casos em parentes próximos, o seu cuidado deve ser, ainda, maior. O desenvolvimento do câncer pode se dar no tecido mamário dos prolongamentos axilares e no tecido subcutâneo preservado.
Assim, o autoexame e consultas periódicas com o mastologista devem ser realizados. A mamografia é um método que fica um pouco impossibilitado diante da redução mamária, mas que pode ser substituído pelo ultrassom nesses casos.